Granier, o chefão da RCTV
Que se vá, Granier!
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Marcel Granier é o representante público da família que operava a RCTV, emissora que não teve sua concessão renovada na Venezuela. Ele está no Brasil fazendo discurso pela democracia e se dizendo vítima de uma ditadura. Granier pode ser tudo, menos vítima e democrata.
Sua empresa era sonegadora de impostos. O jornalismo que ela praticava era bandido. Não à toa operou duas tentativas de golpes de Estado. No livro que acabo de lançar há dezenas de provas a respeito. Dezenas.
Mas Granier está aqui. Ele deu ontem coletiva de imprensa e uma palestra tratando de liberdade de imprensa. Sua acolhida por setores do nosso empresariado e pela mídia nacional mostra o quanto as coisas também vão mal também por aqui.
Granier representa o que há de mais atrasado na Venezuela. Ele não é só mais um golpista. Ele foi um dos mais truculentos. Há gente que se meteu no movimento heterodoxo contra Chávez e que hoje avalia que o melhor caminho é disputar o poder democraticamente. Não é o caso de Granier. Ele é do time que dá vazão nos seus veículos de comunicação a quem defende o assassinato de Chávez. Na Venezuela isso não é incomum, leitor.
O dito cujo ainda diz que não se tentou um golpe no seu país em 11 de abril. Falou isso ontem. É muito cara-de-pau.
O empresário Pedro Carmona, que foi presidente por 47 horas no país, por exemplo, se auto-juramentou. Além de ter fechado o Congresso e revogado o mandato de todos os governadores e prefeitos que apoiavam o chavismo. Isso se chama o que mesmo, senhor Granier?
O impressionante da coisa é que agora esse senhor é vítima. Ele que esteve no centro dessa operação está passeando pelo Brasil de braços dados com os nossos donos da mídia.
E além de tudo, recebeu um convite do senador Eduardo Azeredo (PSDB) para ir ao Senado. Ele vai falar de democracia, liberdade de imprensa etc. Hum, sim, então Azeredo está muito preocupado com a situação da democracia no Continente e chamou o senhor Granier para tratar disso?
Bela escolha, senador. Bela escolha. Que se vá, Granier!
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