SERÁ QUE A ESQUERDA ESQUECEU A SUA FUNÇÃO SOCIAL? - POR UM RESGATE DA ESQUERDA RESPONSÁVEL E CONSCIENTE DE 1989.
É impossível qualquer militante das “diversas esquerdas” brasileiras não se intrigar com o racha na base dos movimentos sociais e sindicais decorrentes das vaidades de seus dirigentes que ao mesmo tempo em que lutam e batalham por coisas tão diversas, são incrivelmente iguais e seus militantes fervorosos em grande parte coincidem ideologicamente. Resgatemos então a esquerda de 1989.
A esquerda brasileira salvo alguns partidos com sério compromisso, deixou os movimentos sociais para voltar aos debates ideológicos como “ratos de bibliotecas marxistas”, esquecendo a verdadeira essência dos partidos de esquerda, esquecendo a conscientização da militância para ir às ruas para levar cada vez mais adeptos a sua ideologia e adaptá-la a realidade social brasileira.
A esquerda brasileira salvo alguns partidos com sério compromisso, deixou os movimentos sociais para voltar aos debates ideológicos como “ratos de bibliotecas marxistas”, esquecendo a verdadeira essência dos partidos de esquerda, esquecendo a conscientização da militância para ir às ruas para levar cada vez mais adeptos a sua ideologia e adaptá-la a realidade social brasileira.
Quando vemos rachas nos partidos de esquerda para fundação de outros se há anseios de resgate do movimento de esquerda e de base, mas ao mesmo tempo nos bate uma sensação que houve algo muito maior que mero racha de ideologias, mas de interesses políticos. Senti uma sensação de euforia quando H.H. falou em fundar sua própria sigla, ainda como mero pesquisador de partidos e decidir a qual me filiaria hoje se pudesse de desgosto retiraria a minha assinatura que coloquei para legalização do partido.
O racha profundo que demonstrara com Lula me fez refletir por qual motivo não o apoiaria e por qual motivo fizera uma oposição tão extremada ao PT quando era governo. Em minha opinião a senadora H.H. estava preocupada numa eventual disputa à presidência ser ofuscada por Lula ou por qualquer outra grande figura petista como Tarso, Palocci, Dirceu, Marta, Olívio, Jacques Wagner, Mercadante, Tião Viana e outros. Também em minha opinião temeria um eventual desgaste das crises do mensalão, correios, bingos e etc., sendo envolvida pela maioria da oposição no congresso, ficando mais fácil atacar do que defender para promover sua imagem diante da mídia e ao povo para se lançar a presidência.
O PSTU é um exemplo clássico de um racha profundo, deixou os movimentos sociais e sindicais de lado para dedicar-se à construção de suas bases de coordenação deixando a esfera da realidade e passando para alienação de ideais passados e revolucionários marxistas. O PCO é outro racha ainda mais profundo do PT, deixaram de vez a esfera da realidade para dedicar-se as comemorações da Revolução Russa. Será que esqueceram dos ideais que conceberam da fundação do PT de 1980?
O P-SOL está em uma fase decisiva, ou se converte ao socialismo utópico e revolucionário deixando de ser um partido representativo, ou traz uma alternativa real ao PT com políticas sérias, sem amadorismos e sentimentos de rachas e quebras com a realidade.
Imaginemos hoje uma unidade de esquerda como em 1989, onde desde marxistas fervorosos como Rui Costa Pimenta, Mancha, Gradella, passando pelos novos revolucionários como Heloisa Helena, Ivan Valente, Chico Alencar, até os socialistas “moderados” como Dirceu, J. Wagner, Rui Falcão, Tarso Genro e etc., concordavam que somente Lula poderia conduzir o país rumo a um futuro melhor e ao socialismo. Hoje é difícil conseguirmos imaginar esta situação, pois com as vaidades dos dirigentes partidários que muitas vezes tem problemas em escutar suas bases militantes e fazer a orientação para esquerda, preferem se apegar ao socialismo bibliotecário e imaginário fazendo a junção com um autoritarismo.
As bases e lideres lutam para atingir os mesmos objetivos mais de forma sem coordenação, ridicularizando a esquerda com lutas descabidas e sem grande repercussão. Devemos resgatar militantes de esquerda a unidade dos movimentos, sem tomar em base a ideologia, mas a preocupação do avanço sobre a massa populacional antes que as elites o façam e acabe por se esgotar a alternativa da esquerda.
Por um resgate da esquerda responsável e consciente de 1989, pois esta por pouco não vingou. Imaginemos todos nós sob ainda uma mesma bandeira, a bandeira daquele PT, a bandeira da verdadeira luta para o socialismo e como estaríamos hoje no combate daqueles que lesam verdadeiramente o país.Saíamos das bibliotecas e ganhemos as ruas para o crescimento do socialismo em suas diferentes vertentes, para afastarmos o perigo do neoliberalismo.
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