Após a morte de Osama bin Laden, o presidente estadunidense, Barack H. Obama, disse que o mundo ficou mais seguro com a morte do terrorista. Terrorista? Justo o presidente do Estado-Nação, que mais aterrorizou nações, povos, e grupos ideológicos na história da humanidade, com suas manobras ora secretas, ora desnudadas, que forjou terroristas como Osama, e que por vezes foi o próprio Estado Terrorista. Obama é quem me preocupa!
"A América, enfim comemora a morte de Osama, o triunfo da vida sobre o terror(...)", assim os veículos globais deram a notícia da morte de Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, e mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001. Neste momento poderíamos estar vibrando sua queda, contudo cabe desnudar o que esteve por detrás desta ação orquestrada pelos estadunidenses, que levou a morte de Osama.
Osama foi um guerrilheiro fundamentalista islâmico, que atuou na expulsão dos soviéticos do Afeganistão, em 1988. Após a expulsão da URSS, bin Laden organiza a Al-Qaeda para lutar para instalação de regimes islâmicos fundamentalistas. Quando os Estados Unidos invadem o Iraque , Osama decide que é hora de enfrentar o imperialismo ianque, e inicia a sua jornada de enfrentamento aos Estados Unidos.
Desde o atentado de 1993, o primeiro contra o complexo financeiro do World Trade Center, (WTC) até os atentados contra o porta-avião USS Cole, Osama já alertava da possibilidade de um atentado maior no território estadunidense, caso continuasse a presença dos Estados Unidos em território saudita, que do ponto de vista muçulmano é sagrado, dada a história que o islã desenvolveu com esta região.
Osama, lutou contra a opressão que os Estados Unidos imprimiu ao Oriente Médio, nas duas últimas décadas. Porém sua luta abarcou o espírito de luta de muito mais povos, que da América Latina, até o Leste da Ásia foram vítimas da selvageria capitalista promovida pelos ianques.
Os Estados Unidos, de fato se comportaram como um "Estado Terrorista", desde a segunda guerra mundial, onde refrearam o processo de autodeterminação dos povos do mundo, em prol dos interesses de suas grandes corporações, sejam elas alimentícias, petrolíferas, siderúrgicas, ou para manter suas bases militares em pontos estratégicos.
Dentre as ações malfadadas, em outro 11 de setembro, do ano de 1973, os Estados Unidos levaram agentes da CIA para matar o presidente Allende, e ajudar na posse de Pinochet para satisfazer as empresas do setor de cobre. Para manter a segurança no Norte da África e impedir a ascensão comunista no Iraque financiou as ações de Saddam Hussein e auxiliou no combate ao regime revolucionário iraniano. No Vietnã impós um governo impopular no sul do país, e destruiu quilômetros de mata nativa com Napalm para matar guerrilheiros vietnamitas. Alguns poucos exemplos do que patrocinaram em mais de cinco décadas, fora regimes como o Apartheid, as ditaduras na América Latina, Ásia, e Europa, e na venda de armas a nações em conflito.
Práticas como estas jamais configuraram qualquer tipo de retaliação, ou mesmo de protesto da ONU, na medida de qualificá-lo como estado terrorista, e julgar seus líderes e seu modelo político como antidemocrático e ameaçador do princípio de autodeterminação dos povos.
O 11 de setembro de 2001 não foi um atentado, foi um mero reflexo do que acontece todos os dias no mundo oprimido pelo poder das grandes corporações estadunidenses que diariamente sugam a vitalidade dos povos e transformam em capital, que é esbanjado e revendido em forma de armas e contra-cultura. Osama fez sentir em um dia, todo o sofrimento dos povos do sul, por este motivo o povo dos países subdesenvolvidos, não nutre o ódio visceral que o povo estadunidense sente diante deste atentado, que de fato atingiu o ego deste cidadão que creia em uma nação onipotente e unipolar.
Osama desfraldou a geopolítica estadunidense, e impôs a esta nação limites a sua atuação. A morte daqueles que comandavam o complexo do WTC, levou a rápida deterioração econômica dos Estados Unidos, uma vez que eram estas pessoas que manipulavam o sistema e impunham a hegemonia financeira sobre o globo e sustentavam a máquina de guerra. Foram mortes de caráter estratégico, a partir delas os Estados Unidos regridem a status de potência regional, e veem surgir os BRICS, mas particularmente a China como potência global.
O século XXI nasceu naquele 11 de setembro, bem como a decadência ianque. Ao Obama cabe o papel sinistro de um Nobel fajuto convertido a política sanguinária de terrorismo de estado. Não me surpreenderia se Bush, um homem de ideais sinistros comandassem uma ação deste tipo, porém, o presidente Obama, levando adiante um discurso imperialista e prometendo ações como estas daqui por diante para obter a reeleição é preocupante, pois demonstra que não existe diferenças programáticas entre Democratas e Republicanos.
O terror e o mal não se extinguem com a morte de Osama, mas se ampliam na medida em que o terrorismo é praticado por estados onipotentes militarmente e fracassados, politicamente, como é o caso dos Estados Unidos, que vivem da contra-cultura do espetáculo, e da política das grandes empresas.