A quem interessa divir o Brasil em dois?
Nesta última semana a polêmica da vez fora a vitória de Dilma Rousseff dada pelo Nordeste e o Norte do Brasil, enquanto as regiões Sul e Sudeste levariam a um governo liderado por José Serra. Nesta trincheira divisionista entraram em campo as harpias nazifascistas, da "tropa de assalto" serrista, que procurou difundir durante a campanha que o PT e Dilma não gostavam de São Paulo e do Sul do país, ao invés de procurar o verdadeiro motivo para débil campanha que já nascera moribunda e capenga.
O velho dilema norte-sul, que há muito perdura sobre o país, desde os idos de 2002, onde Lula vencera com apoio maciço dos eleitores dos estados do Nordeste, e diversos preconceitos vem sendo veiculados desde então. Antes da vitória de Lula, não se havia qualquer questionamento sobre o peso do Nordeste e do Norte quando eram governados pelos coronéis do PFL e PSDB.
Após o primeiro mandato de Lula, as regiões Norte e Nordeste que aos poucos acordavam do retrocesso dos governos coronelistas do eixo PFL-PSDB, começara a despertar para uma nova era de crescimento, que antes era negada, graças a política paternalista dos bastiões do Centro-Sul, e passou a vigorar a política de crescimento econômico e social sustentado que levou a uma substancial diminuição da desigualdade social e a promoção de emprego e renda como jamais havia acontecido.
Neste contexto, em 2006, Geraldo Alckmin veio disseminando esta onda preconceituosa nos bastidores, com a finalidade de abrir vantagem no Sul e Sudeste. Além da tática se mostrar débil, com sua derrotada acachapante no segundo turno, perdendo 2,5 milhões de votos inclusive. Naquele momento o PSDB já desenhava o quadro de se alinhar a movimentos cada vez mais escusos e obscuros como a TFP, aos monarquistas, e a alas da extrema-direita que adentravam ao partido com a finalidade de organizar uma oposição radical ao governo popular de Lula e do PT. Lideranças como Artur Vírgilio, Tasso Jereissati, e Marisa Serrano foram os expoentes da radical e vil oposição ao Governo Lula, beirando o nazifascismo, colocando suas posições contra movimentos de trabalhadores, rurais, e ambientais a nível autoritário.
Em 2010, quando o PT lança uma candidatura forte, com aval de Lula, e com aporte dos movimentos sociais, se iniciam os preconceitos, em primeiro momento por ser mulher e iniciante na disputa política, algo já considerado pela cúpula do partido, mas com argumentações prontas para iniciar um debate profundo na sociedade. Em segundo momento, quando ultrapassa José Serra nas pesquisas, sobre fatos obscuros como religião, opção sexual, e calúnias via panfletos clandestinos. em que nem ela nem o partido consideravam plausível, e mesmo possível, dadas as consolidações éticas e democráticas das disputas eleitorais dos últimos anos.
Após a derrota, José Serra, chama Lula de "direitista" e de "anti-democrático" na França, que lhe valeu algumas boas vaias. Seu marqueteiro que logo após o pelito culpou Aécio Neves pela derrota, e depois virou a história culpando os eleitores do Nordeste. Como se a culpa pela apatia, pela baixaria, e o rebaixamento do programa de campanha fosse culpa do eleitor nordestino. Justamente o eleitor que mais sofreu na pele com governos corruptos, e pouco eficazes, e que teve de aprender a votar para evitar que situações como estas se repetissem, se tornando de fato, eleitores conscientes e vibrantes nas campanhas que se seguiram a partir da década de 1990.
Mesmo que não houvesse a participação do eixo Nordeste-Norte-Centro Oeste, e se perdurasse uma ditadura que excluíssem a participação cidadã, ainda assim haveria uma vitória de Dilma Rousseff por 400.000 votos. No Norte houveram vitórias nos estados do AC, RR, e RO por parte de Serra, então é preciso reavaliar esta afirmação falsa.
Durante os governos de FHC/Serra, todas as regiões brasileiras sofreram com apagões, dengue, falta de empregos, falta de vagas nos ensinos técnico e superior, e com Lula/Dilma, foi justo o contrário com ampliação da produção energética, investimentos maciços na rede SAMU e SUS, empregos de todos os tipos, e vagas abundantes nas universidades e escolas técnicas federais.
Foi o próprio Serra que falou em dividir o país, e que privilegiou visitas aos berços da elite, adotando estratégias erradas e antidemocráticas, incitando as alas de extrema-direita a tomarem a dianteira da campanha, fazendo surgir figuras acéfalas e nefastas como Mayara Petruso e xenófobos como a SRD.
O interesse de se dividir o país em dois é justamente da corja nazifascista do PSDB, que não têm mais quartel para dirigir a oposição e precisam arrumar bodes expiatórios para impedir a fração da oposição e levar seus problemas ao bloco que vencera as eleições. Falam inclusive em "Tucanistão" o eixo onde PSDB-DEM levaram as eleições estaduais para Governador, mas esquecem do movimento silencioso, principalmente em seus bastiões (SP e MG), onde o PT e a oposição controlam cerca de 40% das cadeiras.
O Brasil, ao contrário do propagado pela nossa vil oposição, que hoje trava uma luta mortal entre os mesmos para continuar a viver, é um país que se uniu e elegeu bancadas para Câmara Federal condizente com o Governo eleito, ao contrário do que ocorrera com Lula. Dilma Rousseff, uma presidente de nível superior, e com Mestrado, coisa que tanto reivindicavam de Lula, qualificando-o como despreparado, agora é quem dirige o país, e ainda assim reclamam... Dá para entender?